sábado, 13 de fevereiro de 2010

À intuição de São Francisco

Uma questão, que na minha reles opinião, precisa ser discutida é a relação entre o nome de franciscanos ou frades menores: o que somos? que valores cultivamos? para onde queremos ir? qual nossa identidade? o que muda isso em nossa vida? como nos apresentamos?
Penso eu que, se apenas nos denominamos de franciscanos, no fundo da expressão estamos afirmando que seguimos uma idéia elaborada por um homem muito santo chamado Francisco. Isso, logicamente não causa problema algum. Mas o que dá sentido a nossa vocação não é tanto o homem Francisco, mas sua intuição que marcou a história. E segundo a intuição de Francisco de Assis, para ele e para toda "sua" Ordem, é que nos chamássemos frades menores. Seguir uma intuição exige que nos identifiquemos não com a pessoa, mas com o próprio Autor da intuição. Isso dá sentido à vida. À intuição não se planeja tê-la, mas vem sem que se espere, acontece, não por um acaso, entretanto, exige trabalho de busca, espera-se, pacientemente, sem saber ao certo se virá.
Essa afirmação não quer eximir da identificação que se faz com a pessoa, que antropologicamente falando, é muito necessário na formação existencial do ser humano, mas o salto para uma realidade mais substanciosa precisa ser feito, pois assim encontramos consistência para a vocação (traduza "vocação" para "vida", como um todo-pleno)
Ser irmão e ser menor marca nossa existência no mundo, na Igreja, na sociedade, na vida de cada pessoa e na vida pessoal do frade seguidor de Jesus, o Cristo. Essa é nossa identidade, nossa presença, nossa significatividade (frei Agostinho Gardin).
Partir desse ponto de vista muda nossa vida. Como afirmou o mestre L. Boff (pelo menos foi dele que vi esta expressão), "todo ponto de vista é a vista de um ponto". Tudo bem, quando nos apresentamos como franciscanos algo muda até na expressão facial das pessoas (não tanto pela pessoa do franciscano, mas muito mais por São Francisco), contudo, devemos nos resguardar do perigo da vaidade a que São Francisco mesmo alertou: do que nos adianta nos vangloriar por relatar da vida de outros santos enquanto não nos importamos de fazer o próprio caminho de radicalidade? Para mim, a expressão franciscano evoca essa realidade... Acima de tudo somos irmãos menores e assim devemos viver, ser e fazer no mundo!
Sugestão: porque não nos apresentarmos daqui para frente como frades menores franciscanos (capuchinhos, observantes ou conventuais)?
Ao leitor peço perdão pela simploriedade da argumentação, das ideias e da problemática proposta. Mas a vida é feita dessas coisas também!
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MDT

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quando tudo passa

Enquanto existir força vivente
Lutar sem desistir

Se for coerente
Não se contentar em apenas assistir

O protagonismo na história
Ficar na memória

Eternizar
Amorizar

Quanta coisa difícil
Vamos com simplicidade olhando
Amando
Porque sem sentir?
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MDT

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

BBB 10 em versos de cordel‏: "Big Brother Brasil, um programa imbecil"

Autor: Antônio Barreto


Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial,
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal,
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dá muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

(...)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Depoimento de um soldado recentemente chegado ao Haiti.

Recebi por e-mail este comunicado de meu amigo que no último dia 29 de janeiro embarcou para o Haiti.

"Porto Príncipe, 31 de janeiro de 2010.

Caro irmão em Cristo, Paz e Bem. (Pax et Bonum)

Comunico-te a minha chegada no Haiti. Jamais os filmes Americanos poderão ou conseguirão retratar a megalomaníaca estrutura bélica que aqui se encontra. São centenas de viaturas militares, dezenas de aviões, dezenas de helicópteros, que não param um minuto, um porta aviões, navios militiares de grande porte, dezenas de Hospitais de Campanha espalhados por toda parte, milhares de soldados, quilometros e quilometros de instalações improvisadas com acampamentos para o efetivo militar. Existe mais de 20 países apoiando os trabalhos. Os Americanos se destacam! Tenho que adimitir. E os brasileiros são os mais queridos e amados por todos. Toda essa estrutura está no aeroporto do Haiti. Existe também quilometros e quilometros de suprimento para a população haitiana. A ONU coordena todos os trabalhos com o Exército Brasileiro. Os haitianos amam os soldados brasileiros, amam o Brasil. Demostram carinho, nos abanam e nos acenam com um: Ok, Brésil! Ame au Brésil! Aqui faz muito calor, e o Sol é escaldante. E a diferença de fuso horário são de três horas a menos. O céu é muito claro e azul, e tudo é pintado de cor branca, cor da ONU. Existem britas brancas no chão. Assim chega a machucar a vista pela claridade, o óculos escuro é essencial. Nossas instalações, na Base de Engenharia, são as melhores que existem. Estamos em containers. Peço que rezem por mim e por toda essa população tão carente de tudo! E como padre que serás, peço que fales sempre bem das Forças Armadas, do Exército Brasileiro, porque não tem preço que pague o que estamos vendo e fazendo por esses nossos irmãos em Cristo. Fico muito emocionado com tudo que vejo. Não dá pra conter uma lágrima e outra no meio de tanta calamidade, sofrimento, dor e angústia.

No Amor do Teu Amor. (Amor Amoris tuo)

Rezem, rezem e rezem. (Ora et Ora et Ora)"

Peterson Colling.