sábado, 1 de outubro de 2011

São Francisco e a Paz

No mês de outubro celebramos a grande festa de São Francisco de Assis, reconhecidamente uma das maiores personalidades que a história humana encontrou. Esse homem, sua vida e seus feitos desperta em nós uma questão: como um homem que se tornou tão grande e importante pôde alcançar todo este destaque se apenas quis ser “pobre e desprezado” e gostava de ser chamado de “idiota”, ou seja, de burro?

Vejamos o seguinte. O ser humano, no profundo de si, sempre quis e quer a paz. Paz como disposição do espírito que nos faz encontrar plenitude e harmonia e nos lança para sempre rumo a um novo encontro com o que pode nos tornar pessoas felizes e livres. São Francisco, com sua vida, demonstra que o suficiente para ser pleno e feliz não está no acumular, no dominar, na auto-suficiência, menos ainda no narcisismo egocêntrico que não dá espaço ao todo que nos envolve. Ele quis para si o pouco para ter Aquele que basta e que é o Criador de tudo, Deus. Não centrar-se na criatura, mas no Criador, foi seu grande ensinamento e por isso se relacionava com o todo chamando de irmão. São Francisco é o homem da Paz porque não ficou parado esperando, mas na sua inquietude correu atrás Daquele que o tinha cativado e chamado. Francisco, o santo da fraternidade universal. Nele, todos os homens, cada pessoa sabe que é amada, pois ele se encontrou com o Amor verdadeiro. O relacionamento pessoal e íntimo com Deus nos abre a um relacionamento com as pessoas que não é superficial, mas verdadeiro e especial: são também os pobres, os escolhidos de Deus, e todos nós seres humanos somos pobres, pois carecemos do encontro com Deus.


Na 15ª Admoestação, São Francisco sobre a paz afirma: “Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. São verdadeiramente pacíficos os que, de tudo quanto padecem neste mundo, conservam a paz na alma e no corpo, por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo.” A paz é conseqüência de uma busca serena de comunhão com Deus, pela oração, no encontro com o próximo pela prática da justiça; comunhão também com o cosmos pela conservação de todo o nosso planeta como nossa casa comum.

PAZ E BEM!

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MDT