quinta-feira, 25 de agosto de 2011

LUTAR NO PRESENTE PELO FUTURO

Estamos numa época imediatista? Acompanhando o noticiário sobre o movimento de protesto pela qualidade na educação que está acontecendo no Chile, podemos deixar despertar em nós uma reflexão contundente sobre nossa sociedade brasileira muito pacata e conformada. Podemos responder que sim, estamos numa época em que nos preocupamos com os benefícios para nossa vida “no” agora, “no” já, “no” imediato e por isso podemos dizer que estamos afundados numa sociedade na qual valoriza a “esperteza”, o maldito “jeitinho” e que tem como conseqüência um estado-cultura de corrupção generalizada. Mas nos deixemos provocar por esta afirmação do filósofo alemão Martin Heidegger:


“Não sabemos mais esperar e isso significa que desaprendemos que a primeira tarefa de toda geração que quer algo consiste em que ela se sacrifique pela geração seguinte, sem resignação, mas muito mais com a força interior e com a segurança daquele que compreendeu que em todas as realizações autenticamente humanas cada um não pode ser “senão” precursor para algum outro.”


Sim, uma geração que se sacrifique por outra! Utopia? Não! Mas, gratidão. Gratidão histórica pelos nossos antepassados, pela nossa tradição, pelos que justamente lutaram e se entregaram por causas nobres sem esperar nada em troca para si mesmo ou para seu grupo, mas unicamente movidos pelo profundo desejo de mudança e de transformação.

Uma geração pela outra. Trabalhar no presente para que nosso mundo “continue habitável”, para todos, sem distinção, e que os recursos naturais sejam distribuídos também para todos e não para benefícios de alguns enriquecidos e “prevalecidos”. O Chile está nos ensinando (e que não se reduza apenas no campo da educação, mas se estenda para tudo) que não adianta ficar parado esperando. Ou acontece uma mobilização por uma nova sociedade (a começar da educação), baseada em princípios justos e fraternos ou simplesmente seremos todos estranhos uns aos outros. Isso pode soar pessimista ou negativista, mas e se olharmos como uma constatação?


Uma geração pela outra: visão histórica da vida.
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MDT

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