domingo, 3 de outubro de 2010

A vocação de nosso Irmão Francisco, da cidade de Assis

Estamos a adentrar o mês das missões, e logo no seu início, no dia 04 de outubro, vamos celebrar a solenidade deste grande homem da história da humanidade chamado Francisco. E nossa paróquia da Exaltação da Santa Cruz, por ser de tradição franciscana não pode deixar de festejar esse nosso grande amigo, amante do Crucificado.
Nascido no vale da Úmbria, na cidade de Assis, ele levou vida bastante “folgada” na juventude. Era filho de mercadores de panos. Sua família, ascendente no que diz respeito à questão econômica e conseqüentemente social devido à irrupção da comuna e queda do feudalismo, pela qual sua família conheceu grande prosperidade. Francisco auxiliava seu pai Bernardone no comércio dos panos, e por isso desenvolveu boa habilidade com relação aos dotes para comercializar.
Quando alcançou a juventude quis tornar-se cavaleiro e por isso armou-se magnificamente, como um grande príncipe, para assim alcançar status social e reconhecimento. Conta a Legenda dos Três companheiros que o animado jovem alistou-se no exército de um tal conde Gentil, ou Gualter de Briene, e partiu para Apúlia. Aqui começa a “saga religiosa” deste homem que durará até o fim de sua vida. Após certa visão, entrega toda sua indumentária a um pobre cavaleiro. Em Espoleto sentiu-se adoentar. No sono escuta alguém lhe perguntar: “Francisco, quem te pode fazer melhor? O senhor ou o servo?” O qual ele respondeu “o Senhor”. “Então, porque deixas o Senhor pelo servo e o príncipe pelo vassalo?” e Francisco prontamente respondeu: “SENHOR QUE QUERES QUE EU FAÇA?
Nesta pergunta está o segredo de toda a vida do Poverelo. Sabe o que acontece quando dirigimos essa pergunta a Deus? Ele responde, como fez com Francisco: “Volta para tua terra e te será dito o que deverá fazer”.
O discernimento da vocação somente pode se dar se ocorrer uma verdadeira conversão de vida. Sempre nos vem a tentação de acrescentar a “conversão” a palavra “interior”. Mas não vamos fazer isso, pois compreendemos que o ser humano é um todo global que envolve a unidade do exterior com o interior. Dizer isso é afirmar que em Francisco encontramos uma mudança de direção na vida global dele (psico-físico-social-religioso e porque não lúdico), na qual podemos sim, afirmar que ocorreu diferenciação dos atos antes praticados, mas a sua disposição interior de generosidade, habilidade mercantil, largueza de espírito, espírito prático, etc, não foram deixadas para trás. Pelo contrário! Foram aperfeiçoadas pelo espírito religioso que agora lhe tomava a existência e convertidas para outro estilo de vida, antes “mundano”, isto é, com objetivo de simples sucesso pessoal, para o dom oblativo de si mesmo para a causa do Evangelho. Passa a viver retirado para discernir com mais afinco a Voz de Deus do que poderia ser sua própria voz ou vozes dos outros, e direcionar sua vida para o caminho da vontade de Deus.
Em Francisco surpreende sua capacidade de, ainda em nossos tempos, despertar a nossa atenção, mesmo depois de oitocentos anos de história e de sua partida para a casa do Pai, num sábado de outubro, dia 03, no ano de 1226. Não fica uma pergunta de fundo? Porque??? Não tenho a pretensão de responder a isso, mas, penso que aqui podemos aplicar o princípio Gamaliel, qual seja, “se o seu intento ou sua obra provém dos homens, destruir-se-á por si mesma; se vem de Deus... (At 5, 38b-39). Claro está que um dia, se porventura os franciscanos não existirem mais, a vida franciscana continuará vigente, pois é movimento evangélico. E os franciscanos só podem existir porque a sua raiz é forte.
Seja um franciscano! Ou secular (leigo sem consagração regular dos votos vivendo na própria família), ou frade (com consagração pelos votos religiosos), ou uma irmã (também consagrada). Ou ainda, existem muitos outros modos como a Juventude Franciscana (Jufra).
___________________________________

MDT

Nenhum comentário:

Postar um comentário