segunda-feira, 14 de junho de 2010

Discípulos e missionários a serviço das vocações

Estamos em tempo de urgência no que diz respeito ao trabalho vocacional na Igreja. Não tanto por motivos e questões de futuro, mas de sentido: somos todos chamados pela Trindade Santíssima. Isso não é pouco! É algo esplendoroso. Jesus, o missionário do Pai quis e quer contar conosco. Isso aconteceu em toda a História da Salvação desejada e efetuada por Deus, culminante em Jesus de Nazaré, o Cristo. Por isso Se serviu de homens e mulheres para seus porta-vozes no trabalho da libertação do ser humano.
Todos nós acreditamos e somos discípulos de Jesus, e temos que viver como tais, por força do batismo. Discipulado cristão tem fundamento: seguimos a alguém bem determinado, Jesus de Nazaré, vivo, presente, atuante ainda em nossa história, homem da história, situado... Para um serviço de animação vocacional eficaz temos que ter bem claro quem é Jesus. Ainda mais, não basta saber quem é Jesus, muito mais do que isso, temos que nos relacionar com ele com uma intimidade de amizade profunda, sem “ilusões” e muito concretizado. Dizer isso não significa que já não tenhamos uma grande intimidade, mas isso é algo que tem que estar constantemente presente em nossa compreensão religiosa.
Desse modo, uma atenção especial à realidade na qual estamos está em nossa “cartilha de trabalho”. “Eu sou chamado a ser discípulo num lugar”, não importa onde e em qual situação esteja. Daí surge o ser missionário que está estritamente, essencialmente, criteriosamente vinculado ao discipulado.
O trabalho da animação vocacional somente terá êxito quando for, antes de tudo encarado, o SAV, como lugar de partilha e de encontro de pessoas que conscientes de serem vocacionadas ao discipulado missionário se lançam corajosamente nesta grande missão, que na verdade é de toda a Igreja Discípula no mundo.
No relato dos vocacionados da Sagrada Escritura encontramos um sentido exato da obediência a Palavra de Deus a qual todo vocacionado está sujeito. Mas logicamente, cada vocacionado sempre apresenta uma resistência por causa do medo, da dúvida ou mesmo da indisponibilidade diante do chamado. Abraão, Moisés, Jonas, até mesmo Maria (“Senhor, como, não conheço nenhum homem?”), Paulo, etc. No diálogo vocacional entre os dois protagonistas – Deus e o vocacionado – o que impera da parte de Deus será sempre a liberdade com relação a proposta. Deus vai sempre mais insistir, mas nunca obrigar. Deus vai sempre oferecer meios, mas nunca fará no lugar da pessoa aquilo que lhe cabe.
O discipulado é sempre uma resposta a uma proposta que o Senhor dirige ao ser humano. E todo discipulado tem vinculado a si uma missão fundamental. O verbo que sempre aparece com constância é o verbo “sair”. O chamado vocacional implica na saída. Isso quer dizer o seguinte: o chamado de Deus inquieta e des-acomoda, lança pra frente, exige des-instalação e espírito de peregrino, viandante. O anúncio do Evangelho deve ser realizado até os confins da terra, a todas as pessoas sem distinção, ainda hoje.

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MDT

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