segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A vocação franciscana – parte 1

De início, de modo simples tentarei falar sobre nossa vocação a partir do nosso nome, depois vamos aprofundando ao longo das semanas seguintes até chegarmos em outubro, o mês de São Francisco. Este artigo tem a intenção de encerrar o mês vocacional. O próprio nome da Ordem dada por São Francisco já diz sobre o específico da vocação franciscana: Ordem dos Frades Menores (Conventuais, Capuchinhos ou Observantes[1]).

A Ordem franciscana nasce no seio da Igreja e por isso é designada com o denominativo de Ordem. Toda Ordem o é assim chamada como fator preponderante para seu desempenho eclesial, ou seja, mais do que tudo esse grupo é possuidor de encargo que lhe advém, e por isso não fala, não e não é em seu próprio nome.

Essa Ordem existe para que seus membros sejam irmãos e vivam como irmãos, isto é, como frades. O pai Francisco compreendeu que tudo o que existe, existe porque vem das mãos de Deus. E essa experiência dele configurou toda a sua visão da Ordem e uma mundivisão: nada do que existe não pode não ser nosso irmão ou irmã, todas as criaturas. De Francisco a Ordem dos Frades não pode deixar também de fazer as pessoas entenderem que são envolvidas no todo da Teia da Vida. Somos parte uns dos outros e do todo. O profundo senso de pobreza e humildade a qual a Ordem está incumbida de zelar a partir de Francisco tem como pano de fundo este entendimento de fraternidade e sororidade que nos envolve.

E assim, desenvolvemos o senso de minoridade. No contexto da vivência social de Francisco existia a separação, não muito diferente de hoje, dos maiores ricos e dos pobres menores. Francisco leva em consideração esse fator, e assume como identidade dessa Ordem de frades o ser menor, o estar entre os pobres, o SER pobre, acima de tudo. Ser menor na vida franciscana é condição de vida, estado psicológico, disposição existencial, opção de vida, chamado de Deus, escolha pessoal.

A vocação franciscana se configura a partir de outros âmbitos, mas possuem desdobramentos a partir desses vieses já citados. Antes mesmo da Ordem possuir este nome éramos denominados de os “Penitentes de Assis”, outro fator preponderante da constituição da vocação franciscana.

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[1] Os Observantes normalmente são designados somente com a sigla OFM, mas historicamente podemos chamá-los carinhosamente de Leoninos, devido no dia 04 de outubro 1897 ter havido por parte do Papa Leão XIII, pela bula Felicitate Quadam, a junção das diversas vertentes que haviam se separado dos Frades Menores da Regular Observância (1517) numa única Ordem simpliciter dicti.

Um comentário:

  1. Olá Frei Rodrigo, há algum tempo não tenho aparecido, mas esta semana pretendo atualizar a leitura de suas postagens.
    Estou com muitos problemas e não estou muito animada ultimamente, preciso esquece-los.
    Abraço! Luciana

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